Localizada no coração de Mariana, em Minas Gerais, a Praça da Sé – oficialmente nomeada Praça Cláudio Manoel da Costa – é um dos espaços públicos mais simbólicos da cidade. Sua localização em frente à Catedral Basílica de Nossa Senhora da Assunção, também chamada Igreja da Sé, e sua proximidade com vias como a Rua Direita e a Rua Dom Viçoso, consolidam seu papel central desde o século XVIII.
Embora atualmente seja percebida mais como um espaço de circulação do que de permanência, a Praça da Sé guarda uma rica história de transformações. Ainda no início dos anos 1700, após um incêndio, vereadores decidiram reorganizar o espaço para torná-lo mais apresentável diante da matriz. Com a reconstrução urbana de Mariana conduzida por José Fernandes Alpoim em 1747, o local se tornou o novo centro istrativo da então capital da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro.
A praça abrigou pelourinho, cemitério e até a Casa de Câmara, Audiência e Cadeia. No entanto, as frequentes cheias do Ribeirão do Carmo levaram à transferência dessas funções para outras áreas da cidade. Também sofreu diversas intervenções ao longo do tempo: teve sua arborização removida após o tombamento do centro histórico pelo Iphan em 1945 e perdeu mobiliário urbano que não fosse considerado compatível com a estética barroca.
Atualmente, o espaço conta apenas com luminárias, um assento extenso sem cobertura e um chafariz inativo do século XIX. Ainda assim, é palco de importantes eventos como a posse de bispos e a entrega da Medalha do Dia de Minas. Recentemente, foi o local escolhido para o discurso do presidente Lula sobre o Acordo do Rio Doce.
Para turistas, a Praça da Sé é associada à Catedral Basílica, ao Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e à Rua Direita. As principais experiências relatadas são de entretenimento e aprendizado, com forte componente patrimonial.
Entre os edifícios mais importantes do entorno está a própria Catedral, cuja construção teve início em 1734. Seu exterior segue o estilo barroco jesuítico, enquanto o interior abriga rica talha, pinturas de Manuel Rabelo de Souza e do Mestre Ataíde, e o órgão Arp Schnitger, considerado um dos mais raros do mundo.
Ao lado da Catedral, a Casa Capitular – atual Museu Arquidiocesano de Arte Sacra – guarda mobiliário e peças raras do período colonial. A Rua Direita, por sua vez, é lembrada por Auguste de Saint-Hilaire como uma das mais importantes vias longitudinais da cidade.
Em suma, a Praça da Sé em Mariana é muito mais do que um ponto de agem: é um marco urbano, histórico, religioso e afetivo, essencial para compreender a formação e o significado do patrimônio de Minas Gerais.