Samarco avança na descaracterização da barragem do Germano com rejeito arenoso
A Samarco, mineradora de Mariana (MG), tem avançado nas obras de descaracterização das barragens do Germano e do Vale do Fundão, utilizando mais de 3 milhões de toneladas de rejeito arenoso entre janeiro e outubro de 2024. Essa estratégia representa mais de 55% do total de rejeito gerado e tem contribuído para o processo de desativação de maneira mais sustentável.
O reaproveitamento de material tem como objetivo reduzir o uso de novos insumos, como areia e pedra, além de aumentar a vida útil das atuais estruturas de disposição de rejeitos, como a Pilha de Disposição de Estéril e Rejeito (PDER) Alegria Sul.
De acordo com Eduardo Moreira, gerente-geral de Execução de Projetos da Samarco, o rejeito arenoso possui características que permitem sua aplicação segura e eficiente.
“Trata-se de um material homogêneo, o que facilita o seu manuseio, e suas características geotécnicas atendem às premissas e critérios do projeto. Com essa utilização, damos uma destinação eficiente para o material e evitamos a compra e o transporte de novos insumos”, explicou.
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O que é o rejeito arenoso e como ele é utilizado?
O rejeito arenoso gerado no Complexo de Germano tem sido empregado nas obras de descaracterização da barragem em uma etapa crucial do processo. Esse material é utilizado para corrigir o greide topográfico, que ajuda a direcionar o fluxo de água para o sistema de drenagem, contribuindo para a eliminação do excesso de água armazenado no reservatório da barragem. Além disso, o rejeito também serve para reforçar as estruturas da barragem, facilitando o processo de desativação.
As obras de descaracterização estão em estágio avançado, com 87,3% das intervenções já realizadas. A expectativa é continuar utilizando o rejeito arenoso nas próximas etapas das obras, além de expandir sua aplicação para outras áreas do Complexo de Germano.
Benefícios para a sustentabilidade e economia circular
A estratégia de reaproveitamento do rejeito arenoso está alinhada com os princípios da economia circular, que busca reduzir o desperdício e promover a reutilização de recursos. Ao utilizar o rejeito na descaracterização, a Samarco evita a extração de novos insumos e minimiza os impactos ambientais do processo de mineração.
Marcos Gomes Vieira, especialista em Inovação da Samarco, destacou a importância desse processo. “Além de dar destinações alternativas para o rejeito, estamos trabalhando com melhorias nos processos que aumentam a eficiência das plantas de beneficiamento e ajudam a reduzir a geração de rejeitos”, afirmou. A empresa também está desenvolvendo projetos para ampliar o uso do rejeito arenoso, como sua aplicação na fabricação de concreto e em pavimentações ecológicas, ampliando as possibilidades de aproveitamento de resíduos na indústria.
Impactos sociais e locais
A coordenadora de Sustentabilidade da Samarco, Denise Peixoto, ressaltou os impactos positivos que essa iniciativa tem nas comunidades locais. A utilização do rejeito arenoso contribui para a redução do tráfego de grande porte na região, minimizando os impactos logísticos e promovendo a segurança das comunidades vizinhas. “A redução da necessidade do consumo de novos recursos otimiza a logística, minimizando o volume de tráfego de grande porte na região. E reforça o compromisso da empresa, especialmente com as comunidades vizinhas e municípios mineradores, em garantir a destinação adequada e aumentar formas de valorização do rejeito com investimento em inovação”, destacou Peixoto.
Além dos benefícios ambientais e técnicos, a Samarco também vê nessa estratégia uma forma de contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente nas áreas de inovação, produção sustentável e redução de desperdício.
Sócio-proprietário e fundador do Mais Minas e jornalista em formação pela Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Redator de cidades, tecnologia e política, além de link builder na Agência MaisPost.
