Entra ano, sai ano e é a mesma história no Campeonato Brasileiro: equipes abrindo mão da disputa do principal campeonato nacional para focar em outros objetivos. Antes mais frequentemente a disputa da Taça Libertadores e agora, até mesmo pela Copa do Brasil, que ou a encher os olhos dos clubes pelo aumento considerável dos valores de premiação do torneio. E, se todo ano alguns clubes assumem essa postura, 2018 é o ano do Cruzeiro priorizar os mata-matas ao invés do Brasileirão.
O time celeste já entrou com equipes reservas e mistas inúmeras vezes neste ano, inclusive no clássico contra o rival Atlético-MG e perdeu alguns pontos decorrentes dessas escolhas. Atualmente, na 17ª rodada, o Cruzeiro ocupa a oitava colocação no Campeonato Brasileiro, com 25 pontos, dez a menos que o atual líder São Paulo. Se vencesse partidas em que poupou todo o time como contra o Internacional, Atlético-MG e Vitória, a equipe celeste poderia estar na briga com os líderes da competição.
Fica então o questionamento: é seguro priorizar outras competições, deixando de lado o Brasileirão?

Digamos que segurança não é a palavra correta. Quando se tem um time forte e competitivo, como é o cruzeirense, o Brasileirão dá certa estabilidade para o trabalho dar frutos. Como é um torneio com muitas rodadas, de longa duração, ele premia a constância das equipes que os disputam, diferentemente das copas.
Até uma equipe qualificada como a do Cruzeiro pode ver todo o trabalho do ano ir por água abaixo em uma noite pouco inspirada ou numa falha individual, por exemplo. Apesar de mais emocionantes, os mata-matas são menos justos, isso é fato. E em eventuais derrotas, o Brasileirão já está distante demais para ser disputado. Diferentemente do ado, quando os mata-matas terminavam no meio do ano, já não há mais tempo de reação ao fim de possíveis eliminações.
Só que prezar pela segurança também não é garantia de sucesso no futebol e os times que pouco ousam, pouco vencem. A Libertadores é sim o grande objetivo do Cruzeiro no ano, pelo deslumbre da torcida pelo troféu, pela emoção de se levantar depois de tanto tempo a Taça Libertadores. E não se pode julgar essa preferência da diretoria, comissão e atletas pelo troféu, pois também é a nossa preferência, a preferência da Nação Azul.
Então, por não ser tão seguro apostar nos mata-matas, que estes estejam no nosso norte em 2018. Que as noites ruins e falhas individuais não surjam. Que venham os mata-matas, até porque, recentemente, os pontos corridos já nos acostumamos a ganhar.
Leia também: Atlético bate Santos, chega aos 30 pontos, e quebra sequência ruim no Brasileirão

Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, ou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.