Quem acompanha meu trabalho no Mais Minas sabe que gosto de antecipar alguns assuntos para não ar a impressão de algum tipo de oportunismo nos meus textos. Por isso resolvi tratar desse tema antes da final da Copa do Brasil, a ser jogada amanhã (17), às 21h45, na Arena Corinthians, em São Paulo. E o ponto que levanto hoje é a necessidade iminente de uma renovação no elenco celeste.
A média de idade do Cruzeiro é de 28,2 anos, um número elevadíssimo para os padrões dos times que disputam o Campeonato Brasileiro (26,1 anos). Para se ter gravidade da situação, o Cruzeiro entrou em campo no jogo de ida da final da Copa do Brasil com um time com a média de idade de 32,5 anos. O mais jovem dos titulares daquela partida era o zagueiro Dedé, que tem 30 anos.
Apesar de ganhar em experiência e “cancha” com seus medalhões, o Cruzeiro perde muito em potencial físico e velocidade, além de que negociar jogadores dessa faixa etária por um bom valor é missão quase impossível, tornando as janelas de transferência ainda mais desafiadoras para o clube.

E a situação se torna ainda mais preocupante quando começa a se especular o futuro dos poucos jogadores jovens que tem um papel maior de importância no clube. O meia Arrascaeta já teve seu nome especulado em diversas equipes europeias e mesmo que não vá para um grande centro, dificilmente permanecerá vestindo azul por muito tempo. O volante Lucas Silva é outro que não deverá terminar o ano de 2019 no Cruzeiro, pois seu contrato se encerra no meio da próxima temporada e o Real Madrid, dono de seu e, deverá fazer jogo duro em eventual negociação. O atacante Raniel, o zagueiro Murilo e o volante Lucas Romero são outros que já tiveram seus nomes ligados a times europeus e não deve se estranhar uma possível saída desses atletas.
Mas também é importante tentar entender o contexto em que o Cruzeiro está inserido nessa temporada. Cheio de dívidas, o time celeste dependia de conquistas para equilibrar o caixa e por isso a escolha foi de um time experiente e vencedor, diferente do que se viu em anos com 2015 e 2016, por exemplo, onda a equipe era recheada de apostas. Na virada de temporada, se espera que a diretoria celeste busque reforços promissores e mais jovens, para se reestruturar como equipe e financeiramente, montando uma base para chegar forte no centenário, em 2021.
Mas a renovação não pode ar apenas por contratações e negociações. A base tem que receber mais carinho e atenção. O ano de 2018 foi de pouco aproveitamento dos atletas formados no clube e de perda de algumas das maiores joias da equipe, a preço de banana, como foi o caso do lateral direito/ponta Vitinho. O Campeonato Mineiro de 2019 é uma grande oportunidade para dar mais chances a jogadores como o zagueiro Cacá e o atacante Marcelo, que já tiveram oportunidades no time principal.
Mas isso é papo para 2019, ou para quinta-feira (18). Amanhã (17) torceremos para nossos “vovôs” atropelarem o Corinthians e trazerem mais um caneco para casa.

Maic Costa nasceu em Ipatinga, mas se radicou na Região dos Inconfidentes mineiros. Formado em Jornalismo na UFOP, em 2019, ou por Estado de Minas, Superesportes, Esporte News Mundo, Food Service News e Mais Minas. Atualmente, é setorista do Cruzeiro na Trivela.